sábado, 25 de abril de 2009

Ai, ai, ai Quanta... Ansiedade


Conversando com as amigas de trabalho, estávamos especulando a pergunta que não quer calar, rsrsrsrsrs: Porquê comer para algumas engorda??? Mas é tão bom... Deste assunto fomos para na famosa ansiedade com relação a comer ou não. Excelente reportagem do Programa Profissão Repórter na Rede Globo, sobre alimentação. Os mais famosos distúrbios de alimentação, a anorexia e a bulimia é o que se fala no momento, fiquei horrorizada de assistir ao sofrimento daquelas pessoas, umas tentando aumentar o peso e outras para diminuir, mas o sofrimento era o mesmo. Através da ansiedade podemos devolver várias doenças psicológicas, como os vícios por exemplo.
A ansiedade é um mal-estar que está ligado a sentimentos de medo, tensão e perigo. Pode ser desenvolvida durante a infância onde a criança se torna carente e insegura, pode ser de origem genética ou pode ser desencadeada pela dificuldade de aceitar o novo. Seus sintomas são: taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular, aumento do desejo de urinar e defecar, cefaléia, dor no estômago, transpiração excessiva entre outros.
A ansiedade é o início de algumas doenças psicológicas que necessitam de tratamentos e cuidados especiais. A síndrome do pânico caracteriza pessoas com pavores exagerados decorrentes de situações imaginárias como ter medo de morrer de repente, de passar mal e não ser socorrido e outros.
A ansiedade tem-se tornado companheira assídua na vida de grande parte das pessoas, dependendo da vida que elas levam, quase sempre de baixa qualidade. Infelizmente, ela pode causar um rebaixamento da auto-estima, pois o indivíduo começa a acreditar que é incapaz de realizar determinadas tarefas. A partir deste momento, ele passa a conviver também com o medo, principalmente o de errar, o que às vezes provoca uma paralisia nas ações e atitudes, impedindo-o até mesmo de tentar executar um trabalho.
Acredita-se também que acontecimentos traumáticos do passado – algo dito por alguém, uma ofensa, uma calúnia, uma ação negativa que, a partir de um dado momento, repercute na vida da pessoa atingida – podem estar nos bastidores das histórias que desencadeiam a ansiedade, representando o papel de fatores invisíveis destes distúrbios emocionais. Muitas vezes é necessário recorrer a uma terapia, aliada a um bom tratamento psiquiátrico e a outras terapêuticas complementares, para se libertar desse mal psíquico, encontrando assim um meio de superação deste desafio, e uma existência imbuída de melhor qualidade e de um constante amadurecimento mental.
Os riscos da sociedade atual, porém, são interpretados como preponderantes aos fatores biológicos dos antigos primatas. A ameaça de perder o status, o poder, os amores, os amigos, as possibilidades de concretizar determinados planos, a proximidade do desconhecido, do novo, e outros tantos perigos modernos, são fatores desencadeantes deste desequilíbrio emocional.
Opa, confesso que sou uma chocólatra, rsrsrs. Estudos sobre o chocolate revelam que o mesmo possui uma substância que causa uma sensação de bem estar e alivia a ansiedade. O grande problema é a briga com a balança depois. E nada como estar bem consigo mesmo, ou seja, mais auto estima, menos ansiedade.
Bom Final de Semana!
Kisses!!!

By VickaLuz

sábado, 11 de abril de 2009

Caminho das Índias


A autora de novelas Glória Perez, foi muito feliz em abordar um tema sobre os Portadores de Sofrimento Psíquico, mais especificamente sobre a ESQUIZOFRENIA, um transtorno mais comum do que muita gente imagina, mas pouco comentado. Principalmente ao tratar do preconceito, onde os pais do menino rico tentam esconder sua identidade, para que ninguém saiba que sua cria é portador de uma doença mental. Pior que o tratamento é o preconceito que as pessoas têm de acharem que estas pessoas são incapazes de viverem bem em sociedade.
Lembro bem, quando participei de uma Conferência de Direitos Humanos em Belém, onde eu estava numa sala com mais de 40 pessoas e 80% dessas pessoas eram portadores de sofrimento mental. Em nenhum momento isto ficou perceptível, pelo contrário, belos depoimentos de histórias de vida eu escutei naquela sala, de pessoas que estavam ali para reivindicar os seus direitos, muitos deles eram absurdos, mas que só damos conta quando está próximo á gente, porque parece que está muito longe, em outras famílias. Parabéns a Glória Perez e aos atores desta novela como o Bruno Gagliasso, Christiane Torlone, Huberto Martins como família núcleo e o impagável Stênio Garcia no papel do Dr. Castanho, o psiquiatra da trama, que trabalham o tema de uma forma sensível e delicada. Para os leigos aqui está alguns materiais sobre a Esquizofrenia muito interessante, espero que seja de fácil entendimento.
A esquizofrenia é uma das patologias menos entendidas no panorama da saúde e doenças mentais, sendo também uma das mais confusas e bizarras.
É uma doença crônica grave que se manifesta pela primeira vez normalmente entre os 20 e 29 anos e se caracteriza pela desorganização de diversos processos mentais, desencadeando um quadro típico de sintomas, que são mais intensos durante os chamados surtos esquizofrênicos.
Os primeiros sintomas da esquizofrenia envolvem dificuldade de concentração e insônia, estados de tensão e desejo de isolamento.
Os sintomas são numerosos, variando de pessoa para pessoa e também de acordo com o estágio da doença. Entre os principais sintomas estão alucinações, principalmente auditivas (a pessoa garante ouvir vozes, que dão ordens ou fazem acusações); delírios-crença (idéias falsas em que o esquizofrênico acredita totalmente, por exemplo, como a de estar sendo perseguido por agentes secretos, vigiado por câmeras ocultas ou a de ter o telefone grampeado pela polícia); afetividade alterada (a expressão afetiva torna-se embotada e pueril); alterações de pensamento (o indivíduo perde o fio do pensamento lógico, o que o leva a dizer coisas desconexas); falta de motivação; dificuldade de concentrar-se; autismo (a pessoa passa a viver num mundo imaginário e fica “desligada”) e sintomas motores (os movimentos corporais tornam-se lentos e o doente pode permanecer por longos períodos em posturas incomuns, sem andar ou falar).
As causas continuam pouco conhecidas. Além da influência de aspectos genéticos, acredita-se que fatores ambientais que agridam o feto no período do neurodesenvolvimento, na gestação ou no nascimento – infecção materna, sangramento ou alguma complicação no trabalho de parto, por exemplo – também contribuam para a manifestação da doença. Algo sobre o que todos os trabalhos concordam é que a esquizofrenia decorre de algum problema no sistema nervoso central durante o período do neurodesenvolvimento – que vai da fase intra-uterina aos primeiros meses de pós-parto. Essa alteração deixaria o sistema nervoso predisposto a um desequilíbrio bioquímico e também incluiria a hipótese de uma lesão.
A neurocirurgia não é mais uma opção de tratamento para os esquizofrênicos. Ela chegou a ser empregada como um paliativo para os casos mais graves antes do aparecimento dos chamados antipsicóticos de primeira geração, na década de 50. Embora atenuasse o quadro mais agudo dos surtos, a cirurgia deixava a pessoa embotada, parada, sem iniciativa – quase em estado vegetativo.
Em 1952, descobriu-se que a substância clorpromazina tranqüilizava os esquizofrênicos mais agitados e diminuía os sintomas mais intensos da doença. Na seqüência, foram desenvolvidos outros antipsicóticos, como o haloperidol, a levomepromazina, entre outros. Esses primeiros medicamentos, embora combatessem certos sintomas da doença, causavam uma série de efeitos colaterais que faziam muitos pacientes abandonarem o tratamento. Os mais graves eram os chamados efeitos extrapiramidais, em especial os tremores, num quadro parecido com o do mal de Parkinson. Os medicamentos modernos tratam com mais eficiência os sintomas da doença e provocam menos efeitos colaterais, agindo basicamente sobre neurotransmissores como a dopamina e a serotonina.
O que se consegue é um controle ou a chamada remissão dos sintomas. Mesmo depois do tratamento, a maioria dos pacientes – entre 70% e 80% – permanece com um quadro residual de sintomas.
São seqüelas psíquicas, geralmente chamadas de sintomas negativos: embotamento afetivo, falta de iniciativa, pobreza de discurso, dificuldade de cuidar de si mesmo etc. Embora limitante, esse quadro não impede que a pessoa tenha uma vida praticamente normal – considerando-se, claro, a sua condição. É provável, por exemplo, que ela tenha maior dificuldade em estabelecer relações ou em desempenhar tarefas profissionais complexas, que exijam concentração ou raciocínio lógico, mas não existe impedimento à sua convivência com outras pessoas.

Por isso, a parte mais difícil do tratamento é o preconceito das pessoas que desconhecem o tratamento e a forma de lidar com pessoas portadoras deste transtorno. Preconceito que aliás não se limita a este quadro clínico, mas também aos PSMs (Portadores de Sofrimento Mental), que fazendo o tratamento de forma correta, com o acompanhamento de profissionais competentes e o apoio da família, podem levar uma vida normal dentro de suas limitações.

Estou ansiosa porque está chegando o me NIVER, esta semana vai ser cheia... Talvez não dê para postar tão cedo. E por falar em ANSIEDADE, este será meu próximo tema.

Kisses e Boa Semana p vcs!!!

“Nenhuma dor é tão mortal quanto a luta para sermos nós mesmos”
(Ievguêni VinoKurov)


By VickaLuz

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Autismo: Ser diferente, não é ser melhor ou pior…

Olá,

Baseado no livro "Uma Menina Especial" Histórias e Curiosidades Sobre o Autismo de Heloísa Brito, este texto sobre o autismo vem tratar de uma forma leve e descontraída sobre um tema um tanto enigmático e curioso.

O Autismo não é uma síndrome nova. Existem citações de registros na História Antiga da Medicina. Na História Antiga da Rússia se registra a influência do Autismo sobre a política e a religião.
Não é somente na tradição do Cristianismo Oriental que se evidencia a influência do Autismo na religião e no pensamento político. Existem exemplos muito antigos que atravessaram os séculos.
Uma coleção de lendas escritas no século XIII, As Pequenas Flores de São Francisco de Assis, além do seu valor histórico, posto que narram as tradições orais da primeira e segunda geração de Franciscanos, é um dos tesouros da literatura mundial.
Uma seção inteira dessa coleção de 14 lendas contém a mais charmosa e curiosa história do Irmão Juniper. Essas histórias não pareceriam tão curiosas, não fosse o fato de serem baseadas na vida de um indivíduo autista, entre os primeiros seguidores de São Francisco.
Essas lendas foram traduzidas para o inglês no século XIX e, em 1953, foram traduzidas pelo frade Dom Roger Hudleston para o inglês moderno.
Existiram na velha Rússia os Bobos Abençoados, cuja relevância para o Autismo não deixa dúvidas quando relatadas pelo estudioso da História da Rússia, Horace W. Dewey.
Houve também dois casos bem documentados do final do século XVIII e início do século XIX: O Menino Selvagem de Aveyron, e o misterioso caso de Kaspar Hause.
Entre outras coisas as histórias nos permitirão examinar, com clareza e objetividade, como os fatores ambientais podem interferir na vida de um indivíduo e influenciar, secundariamente, no seu desenvolvimento emocional e na adaptação social.
No desenrolar das histórias, está a certeza de que a ciência progride e, a cada dia, novas descobertas são feitas. A visão de ontem não é a mesma de hoje e nem será a de amanhã.
Atualmente existe um grande interesse em se descobrir a natureza do fenômeno, pois estamos apenas engatinhando em relação ao conhecimento da síndrome.


Heloísa Brito foi maravilhosa neste livro tão bem trabalhado de forma criativa, na junção do científico com o leigo. Qualquer pessoa consegue ter uma compreensão boa deste tema. Que aliás não pretendo ficar só nesta postagem, mas em muitas outras.

A renovação é uma riqueza a ser buscada.

E sempre é tempo de recomeçar!

Um bom feriado a todos!!!


Feliz Páscoa!!! :-)



By VickaLuz

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Psique

Psique: era o conceito grego para o self ("si-mesmo), abrangendo as idéias modernas de alma, ego e mente.
Duas coisas que eu adoro: Psicologia e Història Antiga, se eu não fosse psicóloga seria historiadora, sem falar em sala de aula, mas isso é outra história...

Psicologia é a ciência da alma, ou da psique, ou da mente, ou do comportamento.

Lembro bem de quando estava no ensino médio e aquela ansiedade louca de ter que decidir qual profissão seguir, assisti três palestras sobre medicina, psicologia e letras. Confesso que foi amor a primeira vista :-)
Mas voltando a história antiga, além do conceito de psique, diz a lenda que PSIQUE era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.
Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente.

O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale.
Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz.
Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.
Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.
Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.
Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal.
Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.
Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs. A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.
Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.
Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:
- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."
Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.
Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra, dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe:- "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."
Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte.
Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão.Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada.
Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água.
Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a:- "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."
Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou.Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a.Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa.
Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer). (www.angelfire.com/la/psique/mito.html)

Belo texto, e da junção do Amor com a Alma vem o Prazer... E Viva Freud...