sábado, 11 de abril de 2009

Caminho das Índias


A autora de novelas Glória Perez, foi muito feliz em abordar um tema sobre os Portadores de Sofrimento Psíquico, mais especificamente sobre a ESQUIZOFRENIA, um transtorno mais comum do que muita gente imagina, mas pouco comentado. Principalmente ao tratar do preconceito, onde os pais do menino rico tentam esconder sua identidade, para que ninguém saiba que sua cria é portador de uma doença mental. Pior que o tratamento é o preconceito que as pessoas têm de acharem que estas pessoas são incapazes de viverem bem em sociedade.
Lembro bem, quando participei de uma Conferência de Direitos Humanos em Belém, onde eu estava numa sala com mais de 40 pessoas e 80% dessas pessoas eram portadores de sofrimento mental. Em nenhum momento isto ficou perceptível, pelo contrário, belos depoimentos de histórias de vida eu escutei naquela sala, de pessoas que estavam ali para reivindicar os seus direitos, muitos deles eram absurdos, mas que só damos conta quando está próximo á gente, porque parece que está muito longe, em outras famílias. Parabéns a Glória Perez e aos atores desta novela como o Bruno Gagliasso, Christiane Torlone, Huberto Martins como família núcleo e o impagável Stênio Garcia no papel do Dr. Castanho, o psiquiatra da trama, que trabalham o tema de uma forma sensível e delicada. Para os leigos aqui está alguns materiais sobre a Esquizofrenia muito interessante, espero que seja de fácil entendimento.
A esquizofrenia é uma das patologias menos entendidas no panorama da saúde e doenças mentais, sendo também uma das mais confusas e bizarras.
É uma doença crônica grave que se manifesta pela primeira vez normalmente entre os 20 e 29 anos e se caracteriza pela desorganização de diversos processos mentais, desencadeando um quadro típico de sintomas, que são mais intensos durante os chamados surtos esquizofrênicos.
Os primeiros sintomas da esquizofrenia envolvem dificuldade de concentração e insônia, estados de tensão e desejo de isolamento.
Os sintomas são numerosos, variando de pessoa para pessoa e também de acordo com o estágio da doença. Entre os principais sintomas estão alucinações, principalmente auditivas (a pessoa garante ouvir vozes, que dão ordens ou fazem acusações); delírios-crença (idéias falsas em que o esquizofrênico acredita totalmente, por exemplo, como a de estar sendo perseguido por agentes secretos, vigiado por câmeras ocultas ou a de ter o telefone grampeado pela polícia); afetividade alterada (a expressão afetiva torna-se embotada e pueril); alterações de pensamento (o indivíduo perde o fio do pensamento lógico, o que o leva a dizer coisas desconexas); falta de motivação; dificuldade de concentrar-se; autismo (a pessoa passa a viver num mundo imaginário e fica “desligada”) e sintomas motores (os movimentos corporais tornam-se lentos e o doente pode permanecer por longos períodos em posturas incomuns, sem andar ou falar).
As causas continuam pouco conhecidas. Além da influência de aspectos genéticos, acredita-se que fatores ambientais que agridam o feto no período do neurodesenvolvimento, na gestação ou no nascimento – infecção materna, sangramento ou alguma complicação no trabalho de parto, por exemplo – também contribuam para a manifestação da doença. Algo sobre o que todos os trabalhos concordam é que a esquizofrenia decorre de algum problema no sistema nervoso central durante o período do neurodesenvolvimento – que vai da fase intra-uterina aos primeiros meses de pós-parto. Essa alteração deixaria o sistema nervoso predisposto a um desequilíbrio bioquímico e também incluiria a hipótese de uma lesão.
A neurocirurgia não é mais uma opção de tratamento para os esquizofrênicos. Ela chegou a ser empregada como um paliativo para os casos mais graves antes do aparecimento dos chamados antipsicóticos de primeira geração, na década de 50. Embora atenuasse o quadro mais agudo dos surtos, a cirurgia deixava a pessoa embotada, parada, sem iniciativa – quase em estado vegetativo.
Em 1952, descobriu-se que a substância clorpromazina tranqüilizava os esquizofrênicos mais agitados e diminuía os sintomas mais intensos da doença. Na seqüência, foram desenvolvidos outros antipsicóticos, como o haloperidol, a levomepromazina, entre outros. Esses primeiros medicamentos, embora combatessem certos sintomas da doença, causavam uma série de efeitos colaterais que faziam muitos pacientes abandonarem o tratamento. Os mais graves eram os chamados efeitos extrapiramidais, em especial os tremores, num quadro parecido com o do mal de Parkinson. Os medicamentos modernos tratam com mais eficiência os sintomas da doença e provocam menos efeitos colaterais, agindo basicamente sobre neurotransmissores como a dopamina e a serotonina.
O que se consegue é um controle ou a chamada remissão dos sintomas. Mesmo depois do tratamento, a maioria dos pacientes – entre 70% e 80% – permanece com um quadro residual de sintomas.
São seqüelas psíquicas, geralmente chamadas de sintomas negativos: embotamento afetivo, falta de iniciativa, pobreza de discurso, dificuldade de cuidar de si mesmo etc. Embora limitante, esse quadro não impede que a pessoa tenha uma vida praticamente normal – considerando-se, claro, a sua condição. É provável, por exemplo, que ela tenha maior dificuldade em estabelecer relações ou em desempenhar tarefas profissionais complexas, que exijam concentração ou raciocínio lógico, mas não existe impedimento à sua convivência com outras pessoas.

Por isso, a parte mais difícil do tratamento é o preconceito das pessoas que desconhecem o tratamento e a forma de lidar com pessoas portadoras deste transtorno. Preconceito que aliás não se limita a este quadro clínico, mas também aos PSMs (Portadores de Sofrimento Mental), que fazendo o tratamento de forma correta, com o acompanhamento de profissionais competentes e o apoio da família, podem levar uma vida normal dentro de suas limitações.

Estou ansiosa porque está chegando o me NIVER, esta semana vai ser cheia... Talvez não dê para postar tão cedo. E por falar em ANSIEDADE, este será meu próximo tema.

Kisses e Boa Semana p vcs!!!

“Nenhuma dor é tão mortal quanto a luta para sermos nós mesmos”
(Ievguêni VinoKurov)


By VickaLuz

2 comentários:

  1. Aí Vivi! Adorei o texto e as informações.
    Parabéns!!!!

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  2. Q bom q gostou Dani, pois sua opinião é importante p mim. Bjinhos!!!

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