domingo, 22 de novembro de 2009

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR

Trechos do blog: http://www.meumundoculto.blogspot.com/
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“Engraçado como eu me sinto da mesma forma e estando medicada, fiz um comentário lá sobre isso, eu me sinto um barril de pólvora, que a qualquer momento pode explodir. Hoje estive no médico e falamos sobre isso, essa minha irritabilidade, essa necessidade de questionar tudo, de criar provocações de debates, de criticar (construtivamente ou destrutivamente).”
“Chorar na frente de alguém não representa uma desmoralização pra mim, mas fraqueza em não conseguir lidar com minhas emoções, quer sejam de emoção boa ou de depressão, raiva. Porém muita coisa consigo superar, rejeição de quem não merece meu respeito, ou amizade, ou um deboche.”
“Hoje me peguei fazendo isso: determinando metas para minha vida! Confesso que foi desestimulador, não consegui pensar em nada, tudo que pensava me entusiasmava inicialmente, e quando ia pontuar as dificuldades desanimava amassava e jogava o papel fora.”
“Sou uma incógnita sem expressão, talvez o traço do risco de giz no asfalto após o temporal, ou quem sabe a cor no meio do escuro.”

O transtorno bipolar de humor é um distúrbio psicológico caracterizado por oscilações ou mudanças cíclicas de humor, antigamente denominado de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem.
A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar, este comportamento é intercalado com episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevado (hipomania ou mania).

Sintomas
A mudança do comportamento de euforia para depressão ou vice-versa é súbita, mas o indivíduo não percebe esta alteração ou a atribui a algum fator do momento, pois o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicadas ou ausentes.

Quando em um episódio de Mania ou Euforia o paciente pode apresentar:
· Aumento de energia e disposição;
· Humor eufórico;
· Irritabilidade, impaciência, "pavio curto";
· Distração;
· Exaltação;
· Pensamento acelerado, tagarelice;
· Insônia;
· Otimismo exagerado, aumento da auto-estima;
· Gastos excessivos;
· Falta de senso crítico;
Em casos mais graves pode ocorrer:
· Delírios e alucinações;
· Abuso de álcool ou drogas;· Idéias de suicídio;
· Desinibição exagerada;
· Comportamentos inadequados;

Quando em um episódio de Depressão o paciente pode apresentar:
· Desânimo, cansaço mental;
· Dificuldade de concentração, esquecimento;
· Isolamento social e familiar;
· Apatia, desmotivação;
· Sentimento de medo, insegurança, desespero e vazio;
· Pessimismo, idéias de culpa;
· Baixa auto-estima;
· Alteração do apetite;
· Redução da libido;
· Aumento do sono;
Em casos mais graves pode ocorrer:
· Dores e problemas físicos como, cefaléia, sintomas gastrintestinais, dores pelo corpo e pressão no peito;
· Idéias suicidas.

Sabe-se que os transtornos bipolares estão associados a algumas alterações funcionais do cérebro que possui áreas fundamentais para o processamento de emoções, motivação e recompensas. É o caso do lobo pré-frontal e da amígdala, uma estrutura central que possibilita o reconhecimento das expressões fisionômicas e das tonalidades da voz. Junto dela, está o hipocampo que é de vital importância para a memória. A proximidade dessas duas áreas explica por que não se perdem as lembranças de grande conteúdo emocional. Por isso, jamais nos esquecemos de acontecimentos que marcaram nossas vidas, como o dia do casamento, do nascimento dos filhos ou do lugar onde estávamos quando o Brasil ganhou o campeonato mundial de futebol.Outro componente envolvido com os transtornos bipolares é a produção de serotonina no tronco-cerebral (o cérebro arcaico), uma substância imprescindível para o funcionamento harmonioso do cérebro. (Valentim Gentil Filho, médico e professor de Psiquiatria na Universidade de São Paulo)
Tratamento:
O tratamento adequado do TB reduz a incapacitação e a mortalidade dos portadores. Em linhas gerais, inclui necessariamente a prescrição de um ou mais estabilizadores do humor em associação (carbonato de lítio, ácido valpróico/valproato de sódio/divalproato de sódio, lamotrigina, carbamazepina, oxcarbazepina). A associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de antipsicóticos (em especial os de segunda geração como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol) pode ser necessária para o controle de episódios de depressão e de mania.
Muitas pessoas com transtorno bipolar até mesmo aquelas com as formas mais graves podem obter uma estabilização considerável de suas oscilações do humor e dos sintomas relacionados por um tratamento apropriado. Como o transtorno bipolar é uma doença recorrente, o tratamento preventivo prolongado é fortemente recomendado e quase sempre indicado. Uma estratégia que combine medicação e tratamento psicossocial é ótima para o controle do transtorno ao longo do tempo.

Tratamentos psicossociais
Como adição à medicação, os tratamentos psicossociais incluindo certas formas de psicoterapia são úteis para dar apoio, informação e orientação a pessoas com transtorno bipolar e seus familiares. Os estudos mostraram que as intervenções psicossociais podem ocasionar maior estabilidade do humor, menos hospitalizações e um melhor funcionamento em diversas áreas. Um psicólogo ou assistente social provê tipicamente essas terapias e muitas vezes trabalha junto com o psiquiatra no monitoramento do progresso do paciente. O número, a freqüência e o tipo das sessões devem se basear nas necessidades de tratamento de cada pessoa. As intervenções psicossociais comumente usadas no transtorno bipolar são a terapia cognitiva comportamental, a psicoeducação, terapia de família e uma técnica mais nova, terapia interpessoal e do ritmo social. Os pesquisadores do NIMH estão estudando em que essas intervenções se comparam umas às outras quando adicionadas ao tratamento medicamentoso do transtorno bipolar.
VickaLuz

Um comentário:

  1. Muito Bom.Meu filho de 16 anos tem TAB.Hoje toma lítio,valproato e closapina.Estamos numa luta contínua.Este ano de 2010 não está estudando,sofre muito porque sempre foi o primeiro de turma e um dos primeiros dos colégio,passou em Engenharia quando terminou a sétima série e hoje não está bem.Seu psiquiatra é o Dr.Teng Chei Tung(autor do livro Enigma Bipolar)Nos orientou psicoterapia,com profissional que conheça a patologia. Não pode ser com qualquer psicólogo. Podemos trocar idéias?? lilian_rpbs@hotmail.com

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